sábado, 10 de maio de 2008

Tripax III

Nesse preciso momento a porta da loja abre-se e ele distingue Tyuca por trás do homem que a abriu. Entram, e enquanto se dirigem para ele, Tripax, observa Tyuca. Continua bela depois de tantos anos. Mais séria mas com uma presença que só ela sabe ter. Caminha desportivamente em direcção a ele, os cabelos ainda cor de ouro, e com aquela expressão facial que só várias gerações de genes perfeitos conseguem dar. Tripax teve uma relação breve com Tyuca, poderia ter-se apaixonado por ela mas não aconteceu. O amor da sua vida, estava sua espera e por isso é que tinha de despachar-se.
- Olá Tyuca! Estás linda...como sempre! - Disparou Tripax, levantando-se para dar-lhe um beijo na face.
- Obrigada! Também não estás mal, Tripax... - Respondeu-lhe ela.
- Ainda bem que foste pontual, precisamos de tomar uma decisão rápida, estou com pressa...alinhas ou não? - Disse Tripax.
- Calma...deixa-me apresentar-te o Rudo! - Virando-se para o homem que tinha aberto a porta.
Era um tipo alto, moreno, bem constituído, mais novo do que ela e o olhar demonstrava alguma intimidade com Tyuca.
- Ok, tens razão, desculpa....Olá, muito gosto! - Disparou Tripax.
- Viva! A Tyuca falou-me de si e do seu projecto. - Disse Rudo.
- Ai sim! Então já está a par de tudo? E vocês alinham ou não?
- Tripax...estás assim com tanta pressa? - Disse Tyuca.
- Eh pá...desculpem, mas estou! - Respondeu Tripax.
- Ok! Podemos sentar-nos? - Perguntou Rudo.
- Força! - Disse Tripax, enquanto pensava que realmente estava a ser um pouco indelicado para aqueles que podiam vir a ser os seus parceiros no seu projecto de vida.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Tripax II

Tripax chegou a Guacomole, no tempo que havia previsto, e estacionou. Tirou o capacete, olhou para cima, e sentiu com prazer os quentes raios de sol daquela manhã. Era aqui que tinha de recuperar o resto do tempo perdido. Apressou o passo e dirigiu-se á loja de tecnologia virtual que ficava em frente ao local onde tinha estacionado a mota. Entrou e olhou em volta, não viu ninguém. Parecia que era o primeiro a chegar. Enquanto se dirigia para a pequena cafetaria da loja onde tinha combinado o primeiro encontro do dia. Sentou-se, enquanto ouvia com deleite inesperado, uma canção que não ouvia há anos, "Levo-me no voo das minhas asas", de uma banda obscura que se chamava Galileu at Home e que tinha ouvido pela primeira vez em casa do avô. Estava tão embrenhado nas sua recordações que não sentiu a proximidade da empregada da cafetaria e assustou-se:
- Bom dia! - Disse ela timída mas alegremente.
- Bom dia! - Disse Tripax, dando um pequeno salto na cadeira - Desculpe, não a vi!
- Não há problema! O que vai desejar? - Disse ela, corando um pouco.
- Traga-me um Kovacs, por favor! Com gelo e limão...
- É para já....não quer comer nada?
- Obrigado, mas não...está muito calor!
- Pois está, é verdade! - Disse a simpática empregada enquanto se afastava.
Entretanto, Tripax, olhava para a entrada para verificar se havia movimento. Nada. Olhou, para o resto da loja, pensando que não reconhecia a canção que estava a tocar agora. A Tecnologia tinha tido o seu auge há já algum tempo, e aqueles não eram tempos fáceis, mas aquela loja mantinha-se impecável! Tal e qual como se lembrava da primeira vez que lá tinha ido! As montanhas, os rios, as cascatas, as praias, as ilhas continuavam lá á espera de serem "tocadas"!

Tripax I

Tripax acordou, olhou para o relógio que tinha pousado no chão, ao lado da cama, e resmungou - "Outra vez atrasado!"
Levantou-se, rapidamente, e correu para a casa de banho para tomar um duche rápido. Enquanto o fazia, planeava, como ia recuperar o tempo perdido. Sim, tinha de recuperar 1 hora, com aquela mania de ser alérgico a despertares violentos!
Saiu da banheira, olhou-se ao espelho, decidiu não fazer a barba, para recuperar algum do tempo perdido, talvez uns 5 minutos, pensou (nunca tinha cronometrado o tempo que levava a fazer, ou desfazer, a barba!).
Entrou no quarto, vestiu as calças pousadas na cadeira, abriu uma das gavetas do armário em frente à cama e tirou uma t-shirt branca, calçou as botas castanhas, de pele gasta, que tinha comprado na última e memorável viagem ao sul.
Foi à cozinha e deu 3 goles na garrafa de água pousada na mesa. Pegou nas chaves e na carteira que estavam ao lado do frigorífico, e passou á sala. Vestiu o casaco de pele que estava no sofá, pegou no capacete e saiu disparado, sem fechar a porta com as chaves.
Já tinha recuperado 15 minutos, já só faltavam 45! Tinha um dos encontros mais importantes da sua vida, não podia chegar atrasado!
Sentou-se na mota, uma clássica japonesa, deu á ignição, colocou o capacete e arrancou. Enquanto arrancava, pensou, que podia recuperar outros 15 minutos até Guacomole. Só ficavam a faltar 30 minutos!